Em comunhão com ninguém
Um convento fica longe da necessidade do mundo, 
mas o amor fica ainda muito para lá do convento. 
É como se não houvesse estradas para amar, ou pés
suficientemente descalços sobre as incandescências
da ausência viva, 
e a reclusão no amor fizesse ela própria votos
de pobreza extrema, 
escrevesse um diário da ingratidão
com o desmazelo,
e chegasse a uma fórmula de desviver
honestamente em comunhão com ninguém.
 
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