Rui Lage
ABOIO
  
 Tinha um teclado barato
  no recinto dos olhos
  onde um loop eterno tocava
  êxitos de ouro que o passado,
  crendo-se futuro,
  sem talento e sem contrato buscara.
  
 Sentada no muro cabisbaixo
  a si mesma descia por
  escada interior
  e na subida me puxava
  como água
  do fundo de um poço.
  
 Para sua corte me chamava
  e eu ia, cabeça de gado
  numa só noite apreçada
  e vendida.
 
  
                                Um Arraial Português, Ulisseia, 2011
 
 
 
 
          
      
 
  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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