MIRADOUROS
As mães levam os filhos pela mão
mostram as ruas, os pequenos comércios
apontam o mar, planícies
outros campos muito rasos
Alcançam depois as paragens mais altas
conduzem-nos para o extremo dos caminhos
abordam os abismos, a placidez
Guardam os seus olhos em segredo
usam de serena violência
que volte tudo um dia apenas como sonhos
Acende-se o rastilho de miradouros na cidade
chapas de sol longamente trocadas
um código de clarões que aproxima
as coisas que não vemos
Quando a luz em si decai
aparece a grande nitidez
vem chamar vultos para a noite
As mães trespassam o labirinto
dessa teia, por nós cegos
pontas soltas que enleiam viandantes
afastam-nos para sempre
Há dias em que perguntam
de que mais vasto miradouro nos saberá alguém
onde o lugar que seja o mesmo olhar?
As mães levam os filhos pela mão
mostram as ruas, os pequenos comércios
apontam o mar, planícies
outros campos muito rasos
Alcançam depois as paragens mais altas
conduzem-nos para o extremo dos caminhos
abordam os abismos, a placidez
Guardam os seus olhos em segredo
usam de serena violência
que volte tudo um dia apenas como sonhos
Acende-se o rastilho de miradouros na cidade
chapas de sol longamente trocadas
um código de clarões que aproxima
as coisas que não vemos
Quando a luz em si decai
aparece a grande nitidez
vem chamar vultos para a noite
As mães trespassam o labirinto
dessa teia, por nós cegos
pontas soltas que enleiam viandantes
afastam-nos para sempre
Há dias em que perguntam
de que mais vasto miradouro nos saberá alguém
onde o lugar que seja o mesmo olhar?
José Manuel Teixeira da Silva, O Lugar que Muda o
Lugar, Lisboa, Língua Morta, 2013.
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