Veste o tornado de menina
E não lhe dês um nome
Não o calces, sente apenas o corrimento da razão
lambe-o
Não a temos, a chuva de verão
Não é um girassol, torna-se um girassol a cada segundo que passa:
Um antigo farol lê o mar, um outro homem lê o mar
(gente dentro de gente)
Abraço o teu sono, um abraço sem braços
envolve a obsessão mais doce, são seis da manhã:
Se a procura é a nossa matéria, a sede é a nossa forma.
A multidão com o arco erguido sobre a azinheira, uma aguarela
O eco lambe-nos a cara e repete:
“definir poesia é dar as mãos”.
Guardei um hipermercado, um segredo,
Uma coisa qualquer debaixo da tua língua, nela fiz todas as perguntas, sabendo que a água era todas as respostas – Os segredos contam-se melhor debaixo dela.
Com a sede de contarmos uma história, puseram um barco em cima de nós:
A poesia prova deus,
ele sabe a gente…
Nuno Brito.
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