Assim fazem os ministros
Que estão vendendo a nação
Com os focinhos pregados
Na bosta que cai ao chão
Muita gente prevenida
Grita e berra que se farta
Antes que seja crescida
Há que matar a lagarta
Andam os bufos à solta
- Caetano já podes vir -
A justiça é cuspideira
O seu ofício é mentir
Algarve, o que vejo agora?
Fazem de ti capoeira
Para pedires uma bica
Falas em língua estrangeira
É já miséria revolta
Ver a loiça sobre a mesa
Quem fez o cabaz da fome
Rouba, rouba concerteza
Daqui fala o monopólio
Daqui fala o capital
Diga cá senhor ministro
Quanto custa Portugal?
Dou-vos canhões, cassetetes,
Tanques para os amansar
Também compro consciências
E vidas para alugar
Tudo são palavras mansas
Tudo são palavras caras
Avança, meu povo, avança,
Avança que já não páras.
AFONSO,
José (1999), Quadras Populares,
Lisboa, Ulmeiro.
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