A tarde fria arrasta-nos para
dentro da cama.
Aos poucos deixamo-nos ficar...,
por ali.
Fixo a fraca coluna de sol
mergulhar pelo vidro da janela
e sustentar-se friamente no soalho
silencioso.
As tuas costas flutuam amparadas no
colchão.
Lentamente deixas cair o braço para
fora da cama.
Sorrio não só por te sentir
adormecida
mas também por a tua pulsação ser
como uma balada,
- o seu refrão será sempre um
refresco -
e as suas melodias ainda que
electrónicas
estarão sempre à nossa espera
nos head-phones abandonados
sobre a mesa de cabeceira.
João Miguel Queirós, in Poetas sem qualidades, Lisboa, Averno, 2002.
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