sábado, 10 de junho de 2017

Fernando Guimarães


1.

Desenho com este poema uma árvore. Estas são
as raízes. Mas o poema nascerá livre e diferente.

2.

No interior do pólen, sob o nosso desejo
a palavra permanece imóvel, sem tocar
os lábios. Habitará apenas a memoria.

3.

Talvez esta seja a nudez do teu corpo,
ou a linha das ondas enquanto recordamos
a tarde que ficou junto das grandes árvores,
o sol, os frescos barcos que passam nos teus olhos



Fernando Guimarães, Os habitantes do amor.

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