NAUFRÁGIO
Aves mudas
com olhares secretos
para a sede da terra
Na praia
os grãos de areia em moedas
e as ondas
de mãos inquietas
Passos indecisos
na expiação de pedras
atiradas ao mar
De bruços
aos fundos do oceano
eu prisioneiro das redes
no pensamento dos peixes
De bruços
aos fundos do oceano
eu prisioneiro das redes
no pensamento dos peixes
SIMULACRO DE SUICÍDIO
POR SOBERBA
O mundo era estúpido demais
para a sua inteligência
- assim pensou e permaneceu calado
perante si próprio
pronto para o último acto
Cavou um abismo ao fundo da água,
calculou a distância entre o som e
a sombra,
e atirou-se de pé
Doía-lhe o coração a cair de pedra
António Barahona.
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