domingo, 16 de fevereiro de 2014

Georges Bataille: História do Olho

Veio-me à ideia que a morte era a única saída para a minha ereção; mortos Simona e eu, o universo da nossa prisão pessoal, insuportável para nós, seria substituído necessariamente pelo das estrelas puras, desligadas de qualquer relação com o olhar alheio, e adverti com calma, sem a lentidão e a torpeza humanas, o que parecia ser o fim dos desenfreados institutos sexuais: uma incandescência geométrica (entre outras coisas, o ponto de coincidência da vida e da morte, do ser e do nada) e perfeitamente fulgurante.


Georges Bataille, História do Olho, (1928).

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