sexta-feira, 20 de junho de 2014

Andreia C. Faria


O outro lembrava a infância com marcas
de sal nos olhos tudo
tem um preço mesmo o que está
por demais perdido tem um preço o próprio
sal tem um preço lera na lombada
das mulheres
Também ele se enrolava e lapidava como
pedra em forma decorativa seixo
que ao mar não doía engolir
ficava a vê-las os dedos dedilhando
a inflexão da noite longa


Andreia C. Faria, De haver relento, Cosmorama, 2008.

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