Há lágrimas nos teus olhos
e oiço sem querer o meu povo chorar:
soubesses tu que tudo o que me dizes
é a sombra do que me não podes dar.
Venço apenas a morte
quando te amo.
Mas o medo e o silêncio andam connosco
e se sofro não é a ti que chamo.
Choro por mim, por nós,
lembra-me a voz desse proscrito antigo:
morro e toda a tua grandeza,
pátria, vai comigo.
Carlos de Oliveira, Trabalho
Poético: Primeiro Volume, Lisboa, Livraria Sá da Costa.
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