Exageros
Ai meu amor, eu bem sei
que nós nos queremos bem,
como os pombos querem bem
às suas asas.
Ai meu amor, tu bem sabes
que nos gostamos os dois
como gostamos do sol,
do mel, do pão…
Ai meu amor, tu bem sabes
Ai meu amor, eu bem sei
tal e qual como te agrado
nem mais nem menos me agradas.
Ai, meu amor, tu bem sabes,
ai meu amor, eu bem sei
que nos amamos os dois
bem fundo no coração
Meu amor, quem não anseia
ternuras exageradas?
Meu amor, eu creio as rosas
exageros das roseiras.
Merícia de Lemos, Tangentes, Lisboa, Ática, 1975.
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