De vez em quando a insónia vibra com a nitidez dos sinos, dos cristais.
E então, das duas uma: partem-se ou não se partem as cordas tensas da sua harpa
insuportável.
No segundo caso, o homem que não dorme pensa: “o melhor é voltar-me
para o lado esquerdo e assim, deslocando todo o peso do sangue sobre a metade
mais gasta do meu corpo, esmagar o coração”.
Carlos de Oliveira (1992), Obras de Carlos de Oliveira, Lisboa, Editorial Caminho.
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