I.
Não sei se o fio
do horizonte separa ou junta dois azuis. Faz rimar azul com azul, mas é talvez
falsa, essa rima. O finito e o infinito, e ao meio uma só linha a cerzir azul
com azul: céu e mar não rimam, e no entanto haverá rima mais perfeita? O mar, e
depois dele o outro azul (que às vezes parece negro), assim por esta ordem. Ou
é apenas falsa rima, a esconder, noite com noite, uma outra noite maior e mais
dispersa?
(...)
Rosa Maria Martelo, Matéria, Lisboa, Averno, 2014.
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