segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Daniel Jonas: Passageiro Frequente

DENTE-DE-LEÃO

A juba encanecida do dente-de-leão.
Eu soprei-a como velas
de aniversários
e ele envelheceu anos.

Ali, tão calvo agora, o ancião,
um leão glabro
entupido de testosterona,
um Sanção

com a sua cerviz rente
descravando
dos quadris da fêmea
a fome de uma semente.



Daniel Jonas, Passageiro Frequente, Língua Morta, 2013.

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