A personagem total – aquela cuja vida é provàvelmente a soma das vidas
de todas, quase todas, as outras, pelo menos, a sua vida nelas, sem que, em
qualquer dos casos, elas tenham por isso uma vida menos verdadeira, uma
existência menos real, uma unidade própria menos completa. Mas, porque não há
geométricas fronteiras entre os espíritos, nunca se poderá saber até que ponto
vai a interdependência deles e até como e quando será lícito considerá-los
fosforecências de uma unidade comum.
Se os pensamentos não tivessem origem, talvez isto pudesse ser verdade.
Jorge de Sena, Monte Cativo e outros projectos de ficção.
Sem comentários:
Enviar um comentário