domingo, 25 de janeiro de 2015

Até a solidão morre um dia
Por mais que tente não consigo ver o fogo
Com as cervicais expostas e escamas e asas
O dragão pega o crânio pelos colarinhos
Cospe água fria, exige que finja
Que o peso da vida toda é menos do que o de uma pluma
Sete anos a professar um santo amortalhado em setas
A pluma não aguenta o peso da vida
Nem a vida se verte num copo de tinto.
Uma cosmogonia genital de promessas fátuas
Em dores infligidas que em ódio alastram
Cegamente esconjura reflexos, imagens.
Sete anos professados por uma barbatana espelhada
Que traiu a infância numa casa de banho
Sete vezes trezentos e sessenta e cinco despertares lancinantes
Em delírio amamentados.


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