segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

O Desenhador de Sòis


IX.

Disponho as fotografias na cortiça,
do centro para as margens, as memórias mais doces,
o conto do canguru voltado ao contrário
ou o postal dos girassóis afixado no centro
É um painel vivo,
um museu eterno dos melhores momentos atesourados, mesmo ao lado de onde escrevo.
Posso alterar a ordem: sobrepor, cruzar, aproximar do centro;
espalho as memórias como uma onda, levo-as pela praia toda,
dissolvo com espuma, levo pelo mar dentro,
a minha memória é como a memória do fogo, a memória do sal,
ou a memória do degelo:
Esqueço como quem guarda os melhores momentos no centro do sol.

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