terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Tomaz Kim: Elegia



O teu corpo,
uma vez o meu altar e pecado,
O teu corpo
agora amarelo e viscoso,
hostil como a freira enclausurada,
é uma forma obscena ao sol.

Tu estás morta –
tu, o meu pão e vinho santo!

Tu foste
a minha dor,
o sol
            e a chuva;
Tu foste
saudade,
tudo
            e desejo
quando nós
            sofrendo,
quando nós
encontrámos
            uma nova luz
            uma nova fé!

Tu estás morta –
Tu, o meu pão e vinho santo.

V.A., A Saudade na Poesia Portuguesa: Seleção e prefácio de Urbano Tavares Rodrigues, Lisboa, Portugália, 1967.


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