De vez em quando uma língua de
mármore entra no Aleixo, por entre as nuvens, e leva uma criança: Se a língua
quiser leva duas crianças, se lhe der vontade a língua tira três ou quatro
grupos de meninos aos pais e desaparece. Os pais vão à Segurança Social e a
língua não devolve as crianças: E os pais pedem à língua uma segunda
oportunidade; que vão tratar da vida, ter rendimentos: A língua recolhe-se para
dentro do edifício burocrata e volta sem trazer nada.
Nuno Brito, Créme de la Creme, Porto, Planeta Vivo, 2011.
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