sexta-feira, 2 de setembro de 2011

João Borges

JOÃO BORGES


Um Sorriso a Morrer Devagar


SEGUNDO ACTO


Sigo sempre o mesmo círculo
que me afasta.
As tuas palavras foram breves e intensas,
obrigaram-me a fixar o rosto,
expuseram-me à suavidade do olhar
derradeiro, como se a pele
derretesse sob o fogo.

Dias mais tarde,
demasiado longe,
estarás do outro lado
e se sorrires eu vou sentir
e lembrar-me de ti
enquanto a luz desfalece como sempre
sobre as fachadas das casas
e as árvores tristes, secas.

Âncora, 11.8.10


João Borges


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