vender a alma
como madeira a encandescer
ou euforia pela transparência
parirei todos os filhos
como feixes de luz, saberei
saciá-los de almas, farei
o ruído da noite
para que imperem como um
sopro até que venhas,
ateado sobre nós
...
áspero o fio das
árvores ao longo da
encosta, predominam veios
fugazes, sangue da luz
como cadáveres de sol
desço lento sei que o
tempo é a fome que
deus tem
e sei que um dia
deus virá e entrará,
como se
me entrasse pelo cu adentro
eu a voar pelos pássaros
para os amanhecer
Valter Hugo Mãe, Útero, Quasi, 2003.
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