domingo, 22 de janeiro de 2012

Ana Paula Inácio

A ti,

leitor implícito não representado
a quem chamarei Jorge
pela confusão a que se permite com George
fonia de um país maior
e ainda distante
- a distância revela um amor mais límpido -
pergunto
como ressoam as frases dos meus versos
e que resposta dás
às minhas perguntas
sabes Jorge
quantas manhãs tem um dia
ou quantas noites
ou será que já tás deitado
e o meu mail
encontra o teu ecrã desligado
ou será que tens o coração em on
ou entristecido de
dor ou tédio
risca o que não interessar
e preenche a cheio
(desculpa o pleonasmo)
o traço descontínuo


                                                  Ana Paula Inácio, 2010-2011, Averno.



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